Choveu em mim a tua paz. Choveu em mim aquilo que um dia fui e que deveria voltar a ser, como homem. Choveu em mim teu perdão. Choveu em mim o que eu desejo ser para ser melhor.
Chuvas azuis.
Choveu sobre mim doce carinho de um pai. Choveu o raiar de um dia que deveria sempre estar aqui. Choveu sobre mim uma face que sabe o que há de vir. Choveu um anuncio de dias mais plenos. Choveu sobre mim uma promessa de retorno.
Choveu um pássaro. E uma palavra. E uma voz. E tudo que eu poderia imaginar. E a proteção que eu não poderia supor. E o amor transbordante que eu não poderia suportar só.
Depois de anos de chuva, percebi que chovia. Depois de tanta chuva, capaz de inundar o mundo, percebi a voz da chuva. Aquela voz que não desistiu de chover para mim.
E depois de ter chovido tudo o que eu não merecia por, nela, não ter nenhum mérito, depois de dias de chuva, quinze dias de chuva, continua a chover.
Mudança
Há 21 horas
Um comentário:
Chove, agora, no meu rosto.
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