quinta-feira, 30 de agosto de 2007

Desculpas para as nuvens

Faz tempo que eu não vôo
Não sei se é o enjôo
ou por que descobri o algodão doce

quinta-feira, 23 de agosto de 2007

! ?

-!

-?

-!!

-?

-...


-!!!

-?

-!!!

-!?!

-!

-!

Splesh

quinta-feira, 16 de agosto de 2007

Te parei porque te amo


A quantos quilômetros por hora eu preciso estar para você me parar? Avanço sinais, derrubo postes, placas de sinalização, mancho o pneu de branco, roçado do meio-fio enquanto você, sentada dentro do carro, parada no acostamento, delicia-se com uma rosquinha ou outro doce qualquer, displicência que me irrita. Acelero ainda mais.

Ele passa rápido, vejo a ira em seus olhos, finjo displicência, ignorância. Isso o irrita, sei disso, e a garota em seu passageiro se maquia pelo espelho do para-sol, óculos escuros no colo, um chiclete na boca, nem nota que ele não a nota. E eu apenas anoto suas multas que vão acumulando a cada passagem, a cada vez que ele passa por mim ele erra, já parece ter perdido até a noção do certo ou do errado.

Ela se faz de tonta, mas já é hora de passar só. E dessa vez o carro passa mais leve, me dá uma ânsia de acelerar, mas me controlo, quero que ela me veja vazio, quero que ela me pare, e ela o faz.

Faço-o parar com o barulho da sirene, e ele pára como se já esperasse por isso. Mando-o sair do carro, ele tropeça nas palavras, gagueja com as pernas, se segura com os olhos, fixos, espera com as mãos, frouxas.

- Eu estava dirigindo muito rápido, Moça Guarda?

- Não, te parei por que te amo.

sábado, 4 de agosto de 2007

Final Feliz

Alguns chamam de paixão de adolescente, não é bem assim. Podem me chamar de várias coisas, algumas veneráveis e outras... Nem tanto. Mas adolescente não é uma delas, faz tempo que uma senhora com um bebê no colo dentro do ônibus lotado agradeceu ao moço aqui por ter cedido o lugar. Por tanto peço perdão, mas os que chamam essa paixão, aquela que faz chorar, mas não aquela que dói naquela dor localizada, mas a que atinge todos os órgãos, de paixão de adolescente, estão enganados.

Amor sincero é coisa de todas as idades, e só as mais avançadas costumam falar delas com facilidade, expressá-las.

Ou o viúvo de suas seis ou sete décadas não sofre e chora de saudade do amor, de amar, da velha.

E a mulher de mais de meio século? Repreende-a por chorar em vão pelo marido soldado, convocado, usurpado de seu lar, trocado por um punhado de medalhas?

Então não venhas dar nomes aos de nem duas ou três décadas que choram por amor, por que para todos estes e outros virá agora e sempre um Final Feliz.