sexta-feira, 30 de março de 2007

Sempre te quis

Sempre te quis, desde o dia em que nasci, talvez antes, mas não sou tão otimista. Talvez eu não tivesse o conhecimento de tua existência, mesmo sentindo, eu não queria acreditar. Lá de dentro do meu mundinho redondo, que eu observava de dentro, só me lembro que era tudo tão escuro e reconfortante.
Confesso que chorei quando nasci... Mas era de alegria quando tomei conta do mundo no qual estava entrando, era um mundo no qual você existia.
Nos primeiros dias eu te procurava, mas por não encontrar, por anos esqueci, até que um sonho fez com que eu traísse o que sentia ou sentisse que me traí ao esquecer da sensação infantil de notar-te no mundo.
Foi ai que, mais uma vez, te procurei, com todas as minhas forças e até em outras moças eu tentei loucamente localizar-te.
Andei, chorei, é chorei, pulei de alegria pra cair no abismo do desespero dos mais desesperados dos desesperados e sentei, no cansaço de um desalentado para perceber que sentastes bem ao meu lado.

sexta-feira, 23 de março de 2007

Primeiro beijo

Ainda bem que ela não me viu, duas semanas escrevendo aquela carta, para colocá-la sobre a mesa dela, uma fuga da minha aula, bem em um intervalo entra as dela, acho que aquele garoto alto me viu saindo, tudo bem, ele mal fala com ela, nem vai se importar, o importante mesmo é que eu tive coragem suficiente para me certificar que ela lerá...
Angustia da espera sem resposta... Serás, talvezes, quens sabens... Se ela ao menos se mostrasse disposta a me encontrar, ou modificasse o tom de voz que desfere contra mim, aquele tom de quem, mesmo dizendo “como vai”, diz “olha-me, vê como sou bela, ama-me, te dou o céu de meu beijo, te dou a dor de um fim”...
Sou um animal esperando a dona, ela vem até mim e sento-me, obediente, na obediência dos amantes.
Ela é uma rainha olhando seu súdito, eu a olho e ela contra ataca meu olhar, soberana, na soberania das amadas.
Palavras me faltam, sempre me faltam, sempre escavam na terra para se esconder do sol de olhos tão bonitos, que miram, rasgam pele, carne e alma.
Mas agora parecem eclipsados, estavam tão perto, agora não os vejo mais, fecho os meus. Agora, Lábios. Primeiro beijo.

quinta-feira, 15 de março de 2007

Ola

Bem... Aqui estou eu. Com todas essas flores e chocolates nas mãos e sem saber o que dizer...
Será, ao menos que ela está em casa? Ou foi apenas um anjo que eu vi passando pela janela? Não, não... Era ela! Com todas aquelas sardas, que eu já decorei, coordenada por coordenada...
Distraí-me, enquanto os pássaros cantavam para dormir e o meu pulso pulsava fortemente, me dando aquela euforia que me invadia a mente me fazendo desejar revê-la, me fazendo querer arrombar a porta ou, no mínimo, deixá-la torta para que eu pudesse passar, para que mais uma vez eu a pudesse encontrar, só pra desferir um amoroso e singelo “ola”.