quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Antes que seja tarde...

Quando eu mandar meus sinais, ligar luzes, acender fogueiras, indicar minhas ausências casuais, acredite, estou perdido porque não pertenço às baixas ruas escuras, não reconheço mais esses sujos paralelepípedos que são as células de meu corpo as celas da minha alma. Porque tanta festa ao ser preso?

Não fui preso, não há correntes marítimas que me façam seguir esses cursos pelos oceanos se sei que não me foi intimada nenhuma condenação, sou livre para dar as mãos e permanecer na viajem para casa que é a imensidão do mundo sem escalas.

Sem paradas aleatórias minhas únicas estradas são eventuais brisas.

O ar, ou o seu cheiro, não me parecerá familiar durante a jornada porque nunca fico o suficiente para minha doce e suave memória guardá-los, ensimesmá-los, ser esse ar, deixá-los em minhas celas.

E nem tente me seguir, não deixo passos quando piso o ar, não tente achar o norte em pontos cardeais, você só vai achá-lo em palavras, só algumas pessoas pobres indicando o caminho a seguir.

Vou, então, descobrir o que me aguarda atrás das portas de vidro fechadas.

3 comentários:

J. C disse...

"...não reconheço mais esses sujos paralelepípedos que são as células de meu corpo as celas da minha alma..." uaaaau

muito bommmmmmmmm
adoooro seus textos! :)

Unknown disse...

Vou, então, descobrir o que me aguarda atrás das portas de vidro fechadas.

- É meu desejo :)

Deyse Nara disse...

Pelo menos vc consegue ver o que te aguarda no final, já que sao de vidro as portas. ja eu, nem porta vejo!