Embola, gira, roda chave de rodas,
Amola essa cegueira do amor
Girando os parafusos,
Todos tão difusos
Daquilo que esperavam de mim:
Retos riscos, ricos sem pavor
Riscos em ritos sem riscos
Sempre na direção que meu vento
Esteja soprando a favor.
Embora, gira, roda chave de rodas,
Afina essa gagueira da garganta,
A voz ainda sai como cristal rachado
Pedaços incompreensíveis, mal arrumados
Todos quebrados, mas os detenho,
Presos pelo ar como desenho,
Sonoro desenho de criança.
2 comentários:
Arnaldo Antunes é o cara!
gostei da poesia, muito rica
gostei dessa parte
"Retos riscos, ricos sem pavor
Riscos em ritos sem riscos
Sempre na direção que meu vento
Esteja soprando a favor."
eu sempre pensei: esse menino vai longe!
Me lembrou "Violões que choram"...
Ficou muito bonito o poema, Igu!
Postar um comentário