terça-feira, 28 de março de 2017

Até segunda ordem...

Até segunda ordem, vou passar a escrever mais aqui (é só clicar aqui mesmo).
Até!

terça-feira, 10 de janeiro de 2017


Uma alma ida

Uma alma vinda

Uma vida perdida

terça-feira, 27 de dezembro de 2016

Vai-se um velho
Carregado de nuvens. Vem
Novos sapatos em pés antigos

sexta-feira, 16 de setembro de 2016

Morremos a cada adeus
a cada despedida que deixa
toda a riqueza despida

segunda-feira, 22 de agosto de 2016

Reencontro

Engano-me um pouco a cada noite
Pensando que sou louco, pensando n'onde foste
Dançar com as estrelas, querendo eu contê-las
Arriscando a trincar
A linha do horizonte, destroçar

Lembro-me de tu quando me deito
Querendo o café ao acordar
Tua voz, despertador solar,
Mas tudo o que tenho é silêncio

[Que saudade de te ouvir chamar meu nome pela manhã
Do teu cheiro, da tua voz, da tua cuidadosa preocupação afã]

Porque quando se foi, num quarto treze de hospital
levaste contigo o que não pode ser reposto
O que não viria de novo nem em temporal

E as minhas rugas vão cavar
o dia do reencontro

E te encontro, num lugar celestial

sábado, 4 de junho de 2016

Cílios

A memória é um saco de pancadas
Às vezes, se afrouxando no teto
De certo que a levaremos a nocaute
Com todas as vidas com as quais nela batermos

A memória nos deixa assombrá-la
E nos assombra em cada esquina
As quinas da mesa se desgastam, jovens
De tanto que nelas topamos com os joelhos enfermos

O esquecimento é a benção dos velhos
Podem dormir tranquilos
Os termos assinados foram todos rasgados


No mundo esquisito abaixo dos cílios.

terça-feira, 24 de maio de 2016


O que fazer depois do amor?
O que ser depois do amor?

O que amar, depois do amor?


domingo, 1 de maio de 2016

Barro

Só tinha medo da mulher dos olhos de céu,
Do cabelo de barro, só tinha medo do escarcéu
Que ela era capaz de causar, com o simples desejo
Só tinha medo de receber seu desprezo

E no desassossego da solidão da estrada,
Parente tão próxima do tempo de vida rasgada,
Caminhava, irresoluto, com a desesperança no peito
E com a saudade como único leito

Ele deveria ter percebido, tão antes, que seu amor
Era a maior das armadilhas já armadas

Num canto desprezível de seu coração