segunda-feira, 22 de agosto de 2016

Reencontro

Engano-me um pouco a cada noite
Pensando que sou louco, pensando n'onde foste
Dançar com as estrelas, querendo eu contê-las
Arriscando a trincar
A linha do horizonte, destroçar

Lembro-me de tu quando me deito
Querendo o café ao acordar
Tua voz, despertador solar,
Mas tudo o que tenho é silêncio

[Que saudade de te ouvir chamar meu nome pela manhã
Do teu cheiro, da tua voz, da tua cuidadosa preocupação afã]

Porque quando se foi, num quarto treze de hospital
levaste contigo o que não pode ser reposto
O que não viria de novo nem em temporal

E as minhas rugas vão cavar
o dia do reencontro

E te encontro, num lugar celestial

2 comentários: