quarta-feira, 2 de março de 2016

Sobre Quintanarinhos

Ontem, quando punha-me a ler Leminski, desassossegado, Quintana me pousou na janela, como o faziam aquelas andorinhas de seus amores. Quintana, logo Quintana! O mortivivo Quintana! Alegremente pus-me a questionar a que devia a honra daquela ilustre visita. O Quitanarinho revelou-me estar atrasado, parando apenas para satisfazer sua insistente e eterna preguiça. Migrava de volta para o Sul, para sua amada Alegrete. Havia passado temporada no Hemisfério Norte a visitar Rimbaud, Stendhal e Poe. "Poe?" indaguei. "Piu", respondeu, e pôs-se novamente a voar, cantarolando:
"Alegra-te, Alegrete,
pois um engano em bronze
será meu eterno penico!"

Nenhum comentário: