sábado, 31 de julho de 2010

O passado pede socorro...
O guardo em uma caixa vermelha com uma cruz
Daquelas de primeiros socorros
E deixo-a cair e se esvaziar de mim
Essas coisas passadas
Essas estradas inteiras
Vão se esvaziando do que eu fui
Vão se enchendo do que há ao redor
Só água, só correnteza, só rio
Essas passadas cartas, esses envelopes velhos
Ainda trazem daquele velho eu
O toque árido, o visível cálido
E constato o quanto ainda há ali
E maltrato o que, dali, ainda persiste aqui
E vou empurrando cada vez mais para o fundo
Daqui para o fundo do meu esquecido mundo
As coisas que ainda estão para se tornar findas

Tão lindas aquelas flores brancas que se sobressaltam
Deveriam saber que, de vez em quando, o ar, me assaltam

Um comentário:

Deyse Nara disse...

...e aquele velho tu
ainda é o novo tu.

devia ter band-aid nessa caixa.

=*