segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Economia

Economizo beijos
Para guardá-los
E esquecê-los.
Economizo rugas
Envelhecidas curvas
E desejos.

Economizo lampejos
Os obedeço
Deixo voarem.
Economizo despejos
Deixo ficar
Espero, fatalmente, desabitarem.

Economizo corridas
Fico devagar
Vagar vagas lembranças.
Economizo figuras
Digo certeiro
Às entendidas crianças.

Economizo dias raros
Da parede-memória
Irrisórios e caros.
Economizo amores perfeitos
Como se fossem dizer,
Como se fossem inteiros.

Economizo raios e trovões
Que anunciam as multidões
A vida!
Economizo veios
Estradas passadas,
Bocas vidradas.

Economizo asas.
Economizo folhas.
Economizo ventos.
Economizo tempos e escolhas.

Economizo ecos
Para não ficar voz
Não se fazer nós

Economizo economias
Pra deixar a vida...

Um comentário:

J. C disse...

economizo palvras p/ o prox post
:P