sábado, 22 de agosto de 2009

Início e Final...

Eu fico triste ao te imaginar só. Mesmo tendo sido você a antecipar a solidão em uma chuva de doces vozes vindas de azedas vocês.
Te imagino, certo, certeiro, se entregando a algum copo de bebida, melhor que se entregasse logo a algum corpo macio, lascivo. Me doeria menos ver-te embriagada de suor provindo de amor, do que do álcool provindo do desgosto inexistente.
Mas o que queria era a solidão de deitar na grama que coça, olhar o céu sem constelação e admirar como a lua se põe, ranzinza, em horários irregulares.
Coça olhar a terra molhada virando lama com pegadas solitárias, sem giros, sem sandálias perdidas para serem levadas com a correnteza que se forma para o bueiro mais próximo, sozinho só me distraio comigo mesmo, o que não é o suficiente para deixar as coisas serem levadas pela água da chuva, a água da chuva não lava minhas mágoas quando só, a água da chuva, só, não leva minhas raízes.
Imagino, com a certeza dos suicidas que pulam de prédios realmente altos, ver um belo rosto parar de chorar assim que viro as costas. Preferia que continuasse chorando. O início é generoso assim como o fim é egoísta, não tem medo do que o outro vai pensar, não há mais quem pense.
O início realiza desejo.
O fim desfaz o querer que sobrar.
O início é vermelho.
O fim é tom pastel com queda pro cinza.
Início é queda de degrau imaginário.
Fim é saber-se finito.
Os dois tão específicos que ninguém concordará com metade do que digo.

Um comentário:

Unknown disse...

Pra mim, pouco mais importa desde que o Inicio seja certo e o Final seja feliz.