domingo, 14 de junho de 2009

As letras que (ex)ponho


Vou escrever para não esquecer o que eu disse em meio a pedidos de desculpa, em meio a adeuses mal planejados.
Eu disse que tenho inveja de ti, disse que se fosse eu, na verdade, quando fui eu, eu fiz o contrário do que você fez e acabei andando na contramão do que sentia.
Não choro, meu coração é que fica a prantear e não posso contê-lo, faça o que eu fizer. Ele é incombatível nesse sentido.
A pena entristece ao toque de meus dedos magros, ela borra o papel, trêmula, não consegue parar, ela quer parar, cansada, o sono aguarda, mas a pena eufórica insiste.
Eu desejo me expor, desejo, mas não sei por que, então, apenas converso com o papel, amigo de anos, Deus, estiveste aqui por tantos anos, já!
Mais uma vez o show fracassa, por que mesmo que o tic-tac bate? Acho que é porque o show não pode parar. C’est la vie.
A verdade é que meus olhos cor de árvore na primavera criam raízes rápido, raízes rápidas, talvez rápidas de mais, vão fundo em pele, carne e alma, e coração, mas até hoje sempre houve quem as arrancasse, outonos vêm fortes, eles sempre vêm, depois o frio.
Será que palavras são poucas para mostrar tudo? Não tenho medo que elas me exponham por isto: elas nunca conseguirão mostrar tudo da minha criatura lírica que habita na vegetação rasteira de minh’alma, palavras nunca vão me expor, sou eu quem as exponho com tudo que há em mim.


Foto por: Chacon

Um comentário:

Unknown disse...

Seu fã. Ever and ever again!