domingo, 11 de maio de 2008

Eu só queria ter um lar

Era um barco muito pequeno. Na verdade, se não fosse pela sofisticação do designe, pareceria muito mais uma jangada do que um barco. O timão ficava na parte de tras, já que o tripulante solitário teimava em dizer que a embarcação tinha uma parte de tras e outra da frente, na verdade, ela era tão pequena que nem um “meio” ele dizia que aquilo tinha.

O marujo decidiu que aquela era a vida que queria ter: viajens e mais viajens, praias e mais praias, incontáveis noites e dias no mar pra depois aportar em algum lugar que lhe parecesse acolhedor.

Ele realmente gostava dessa vida... hora essa, a quem eu penso que estou enganando? Eu mesmo amo essa vida! Mas que engano achar que a vida é só isso. Esse mar que tanto me encanta, pelos perigos, pelo desconhecido, é a melhor metafora para mim.

Desconhecido. É isso o que sou. Apenas isso. Eu me desconheço todos os dias quando me olho nos olhos do espelho, cada dia mais careca, e o espelho do barco balança a cada onda, eu me desconheço mais ainda. Eu sou tão fragil e ao mesmo tempo tão descuidado comigo mesmo.

Qual é esse lar que eu queria ter?

Eu queria ter um lar pra navegar. E é isso que eu encontro sempre quando sinto certo cheiro tão familiar que eu fiz questão de decorar. Eu encontro esse lar sempre de manhã quando acordo e me pergunto “o que eu vou fazer de especial hoje?”

Um comentário:

Everton. disse...

hehehe

encontrar um lar assim eh coisa para pessoas muito simples! =)

se acostumar aos "balanços do barco" , para pessoas corajosas!
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