segunda-feira, 17 de março de 2008

Noto

Notei como é bom ouvir-te dizendo meu nome.

Notei as asas saindo das suas costas quando você levantou vôo, só para me deixar boquiaberto com tanta beleza. E você voa logo agora que estava tão perto? Vai seguir nuvens? Fazer tempestade? Ou realmente trazer o sol de volta nos olhos? Nos seus e nos meus.

(Nos seus e nos meus sonhos repicarão os mesmos sinos, passará o mesmo tempo, quebrarão as mesmas ondas, virá dourar o mesmo sol, pratiar a mesma lua).

Notei teus dedos delicados, devagar, desfiando as notas do vento enquanto passavam pelo ar.

Esse olhar de apaixonado que nota tudo que vê...

Essa foi a primeira que notei. Notei meu próprio olhar.

Notei, lembrei de notar, lembrei de anotar todas as coisas bonitas que eu pensei de manhã, anotei-as no braço, por falta de papel.

Eu torço tanto pra isso tudo fazer sentido, sabia?

Todos os poemas, todas as canções bem letradas, todas as tiradas.

Toda essa coisa melosa, eu torço para que elas não te assustem, como assustam declarações exageradas de primeiro encontro.

Note! Note como fico vermelho, me note pelo espelho ou pela telhinha do mp4, apenas note, já vou me satisfazer.

Note o brilho dos olhos, esses são mais difíceis por causa dos óculos, mas tente, já vou me satisfazer.

Note, mas, se não notar, vou bater em tua porta, te chamar de “boba” e te calar a boca com um segredo que já sei e decorei.

2 comentários:

Angélica Paula disse...

Ah! Se a musa notasse...

O sol iluminaria aquele pontinho de idéia que se forma no coração e não cabeça.

um viva!

amanda rodrigues disse...

está um primor, isso.
[palmas]
[palmas]
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