A quantos quilômetros por hora eu preciso estar para você me parar? Avanço sinais, derrubo postes, placas de sinalização, mancho o pneu de branco, roçado do meio-fio enquanto você, sentada dentro do carro, parada no acostamento, delicia-se com uma rosquinha ou outro doce qualquer, displicência que me irrita. Acelero ainda mais.
Ele passa rápido, vejo a ira em seus olhos, finjo displicência, ignorância. Isso o irrita, sei disso, e a garota em seu passageiro se maquia pelo espelho do para-sol, óculos escuros no colo, um chiclete na boca, nem nota que ele não a nota. E eu apenas anoto suas multas que vão acumulando a cada passagem, a cada vez que ele passa por mim ele erra, já parece ter perdido até a noção do certo ou do errado.
Ela se faz de tonta, mas já é hora de passar só. E dessa vez o carro passa mais leve, me dá uma ânsia de acelerar, mas me controlo, quero que ela me veja vazio, quero que ela me pare, e ela o faz.
Faço-o parar com o barulho da sirene, e ele pára como se já esperasse por isso. Mando-o sair do carro, ele tropeça nas palavras, gagueja com as pernas, se segura com os olhos, fixos, espera com as mãos, frouxas.
- Eu estava dirigindo muito rápido, Moça Guarda?
- Não, te parei por que te amo.
3 comentários:
ahhhh. que fofinho.
=D
quer dizer, não é exatamente fofo.
multas por um coração..!
*-*
te amo porque vc para o trânsito!
huaheuhuahuehuhuei!!!
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