domingo, 15 de abril de 2007

Areia de ampulheta e algumas medidas

Eu sou do tipo sério, que se apaixona, que não olha para outras garotas, mesmo com anos longe, sem contato, sem um afago.

A maioria não entende como eu fico sozinho e continuo a pensar no mesmo alguém, ou como passo dias e dias fora e fico, fixo, continuo, fiel, mas é simples de entender, a felicidade torna-me fiel. Se não me tornasse eu seria arrogante como todos aqueles que escutam meus devaneios, provindos de noites insones, e duvidam. Dão nomes a mim. Até parece acharem conhecer o sentido da vida... Nem meus amigos advogados têm pretensões tão insolentes.

Mas, e quando a felicidade me foge, quando ela, escorregadia, desliza por entre meus dedos e vai-se como a areia da ampulheta?
Tempo que vai e leva grãos de felicidade junto de modos que agora só me restam os da esperança.
E era ai que estava meu corpo, morto, velho e fraco de marcas impressas pelas tempestades de areia.

Foi quando tudo virou, uma nova vida, você, virou tudo... Por um instante achei estar tudo de cabeça para baixo, mas quando vi, a areia caia de novo, com mais felicidade, perfeita. Se em mim há um molde para um alguém perfeito, implantado por um anjo, tu foste a querubina de quem ele tirou todas as medidas.

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